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Mostrando postagens de dezembro, 2017

A poética de Jean Narciso Bispo Moura: de narciso e aqualouco todo poeta tem um pouco - Fabiano Fernandes Garcez

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O aqualouco banha-se com água. O louco banha-se com terra O poeta banha-se com palavras Eu divido os três em 24 horas Eu sou o aqualouco Louco Poeta Divisão inexata Jean Narciso Bispo Moura, além de professor e filósofo, é uma voz potente no cenário contemporâneo da poesia, autor de cinco livros e desde do seu primeiro já tem uma poética própria, sólida e madura. Em sua obra é evidente a lapidação, o burilamento que cada bom poema necessita. Em sua maioria, os poemas de Jean Narciso são curtos, com grande poder de síntese, de ritmo e musicalidade da fala cotidiana. A escolha vocabular é precisa, sempre acertada semanticamente, por vezes alguns vocábulos não são de uso corriqueiro, coloquial, que destoa de todo o poema, provocando sempre um agradável estranhamento ao leitor, que passa a ter certeza que mesmo emulando um tom e uma realidade conhecidas, cada poema é um objeto de linguagem e por isso arte, sobre isso Jakobson diz: A poesia vive em conflito c

A Exaltação da feminilidade: o amor como transcendência em Rosa Maria Mano - Jandira Zanchi

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       A efervescência poética que assola a literatura brasileira tem nos trazido revelações que, por si mesmas, são êxtase. Um conjunto de vozes dispare e heterogêneo, lirismo exacerbado, métricas curtas e reais, boas dosagens de razão e concretismo, metafísicas e sabedorias deitadas ao cumprido da inspiração. O amor, tema que na poesia se eterniza e não questiona, tem tido alguns bons artífices.  Em um tempo que acua a feminilidade, tentando dar-lhe contornos e prognósticos masculinos ou híbridos, para somente assim aceita-la, redimi-la, uma enxurrada, de boa qualidade, de poetas mulheres levanta a bandeira da rebelião no poema: e desnudam desejos, úteros, coração, emocionalidades, totalmente decididas a entrar na arena da razão e da criação vestidas de si mesmas, jamais espelho de seus algozes e/ou amantes.         Rosa Maria Mano é maiúscula nessa redefinição de poética e abstração. Tímida, hibernada e vulcânica da própria alma, recita, num compasso incansável, a sensua

Jean Narciso Bispo Moura

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Retratos Imateriais  de  Jean Narciso Bispo Moura   é o próximo lançamento da Editora Singularidade.  A ilustração de capa é da artista plástica mineira  Cristina Arruda . Jean, que participa da cena literária brasileira desde 2000, é um poeta fluente, preciso, com uma voz lírica consciente, sem rasgos de desespero, mas,madura, sábia, observadora e tranquila. Alguns poemas do livro: desespero temporal o tempo envelhece na pele da humanidade os séculos descansam no colo do milênio o tempo envelhecido caça rã tartaruga e borboleta a palavra como fiel secretária redige entre uma pincelada e outra a tênue escritura de um só homem língua postiça por que tenho tanto receio do que está por detrás da clandestina figura mitológica? a sua língua postiça nunca produzirá diálogo para pôr luz no litigioso enigma utopia vejo-me a dois séculos dentro de um livro encontro-me enterrado na demolição da casa  de um estrangeiro sou p